Apresentando o “Entre Aspas” de hoje entrevistando Allan Tieefense ou Munduri, Diretor Territorial da Unisol na Chapada, Agrônomo, Poeta e Músico!
- Allan se apresente para nossos afiliados; quem é Allan Tieefense e como conheceu a Unisol?
Sou uma pessoa e um profissional dedicado à construção de uma sociedade mais justa em sintonia com a Agroecologia, Economia Solidária e ampliação das Políticas Públicas. Conheci a UNISOL através das ações do Agrovida e da UFRB organizadas por Israel Oliveira e Tatiana Veloso.
- Como surgiu o projeto sementes da Chapada?
Este projeto surge do esforço da UNISOL BAHIA de ampliar a sua atuação na Chapada Diamantina, inclusive de construção de sua sede territorial e articulação com parceiros e elaboração de novos projetos em 2021. O edital da SEPROMI representou uma oportunidade de fazer uma ação piloto justamente com comunidades quilombolas, que é um público muito valorizado pela UNISOL BAHIA.
- E porque esse nome?
O nome foi escolhido por ser um projeto pequeno, de apenas 6 meses, mas que ao mesmo tempo tem a função de preparar e articular outras futuras ações e projetos. Reunimos para isso algumas ações produtivas com importantes resultados materiais de curto prazo com ações de articulação de associações, em especial jovens e mulheres das comunidades quilombolas, com o objetivo de preparar e germinar futuras ações de forma coletiva e integrada.
- Quais os principais objetivos dessa ação e como ela tem sido recepcionada pelos beneficiários?
Os objetivos são de contribuir para a melhor alimentação das famílias, para a geração de renda e para a ampliação da Agroecologia e da Economia Solidária em sete comunidades quilombolas. Em duas comunidades de Andaraí e Itaetê, através de atividades voltadas para a qualificação do cultivo e comercialização de plantas medicinais, hortas agroecológicas e plantio de raízes condimentares, entre outros. E em 5 comunidades de Piatã, Abaíra e Boninal, através de atividades de articulação da juventude, capacitações para elaboração de projetos socioambientais e culturais, formulação coletiva de propostas de políticas públicas, aprimoramento contábil das associações, integração com conselhos da sociedade civil, oficinas sobre emancipação social e racial, entre outras atividades. As comunidades estão recepcionando muito bem o projeto, inclusive com participação de crianças e idosos, pois se trata de potencialidades que estas comunidades já tem historicamente, inclusive em relação às plantas medicinais que são o primeiro foco do projeto. As atividades estão sendo feitas com dinâmicas musicais onde a dança, a alegria e a integração têm dado sinais de boas realizações.
- Qual a sua expectativa sobre o início dessa proposta e como ela poderá contribuir para o fortalecimento da identidade racial e territorialidade?
O projeto deverá apresentar importantes resultados materiais de curto prazo como a confecção de xaropes, repelentes, tinturas, etc. com base nas plantas medicinais existentes nas comunidades e no conjunto de saberes dos seus guardiões e guardiãs do saber popular e tradicional. Deverá também experimentar métodos diferentes de hortas familiares e comunitárias agroecológicas, com plantas de alto valor nutricional, medicinal e econômico. Estes componentes produtivos serão conduzidos de forma a fortalecer visibilizar os conhecimentos quilombolas, muitas vezes desprezados, através de atividades de permanente integração com as características socioambientais e culturais do território, inclusive com o Colegiado Territorial que é parceiro fundamental desde a concepção do projeto. Além disso, o projeto deverá contribuir para a integração das diferentes juventudes das comunidades e das mulheres para participação nas políticas públicas locais e estaduais, para o fortalecimento das associações, para a elaboração de projetos, captação de outros recursos, entre outras atividades, que deverão ser ampliadas posteriormente.